Daniela Akemi

TRANS-PARECER, fotografia
TRANS-PARECER, fotografia

São Paulo

O projeto Trans-Parecer surgiu a partir da experiência pessoal de sua idealizadora, que passou por transformações em seu corpo no decorrer do processo de tratamento de depressão e ansiedade. O ganho de peso refletiu em seu emocional e, então, a arte abriu espaço para um
caminho de autoconhecimento e auto aceitação. Ela passou a fotografar a si mesma, nua, e, em cima de seu corpo, bordou figuras que demonstravam aquilo que ela sentia, aquilo que ela
queria enxergar. Nesse momento, não apenas a arte finalizada, mas todo o processo artístico simbolizada a ruptura dos padrões, a superação de seus medos e a construção de sua autoestima.
A cada linha bordada, um mundo de possibilidades era criado para si mesma. No entanto, a aceitação de si mesma é uma dificuldade que permeia todo o universo feminino. Desde crianças, estamos acostumadas a ver mulheres "perfeitas" estampadas em
revistas e estrelando comerciais. Mulheres irreais, que passam por edições e correções para se adequarem a um padrão de beleza imposto e inalcançável. O nu desses corpos é sexualizado e
comercializado, pois o corpo feminino é tratado como um objeto a ser contemplado e desejado, sobretudo quando obtém as formas e cores "corretas". Foi essa compreensão que impulsionou a vontade de compartilhar com outras mulheres essa busca por um lugar onde todas se sintam representadas. Mulheres reais, de todos os tipos,
com todas as formas, todas as cores, todos os cabelos, todos os corpos. A experiência pessoal de uma única mulher tomou forma e se transformou em um projeto que tem o empoderamento
e a sororidade como palavras-chave, pois anseia encontrar o poder feminino e dividir essa força com quantas mulheres for possível.
A ideia do Projeto Trans-parecer foi ir na contramão daquilo que é chamado "padrão de beleza" e reverenciar tudo aquilo que é diverso, contemplando a dádiva de sermos diferentes, únicas e belas. Mas, mais do que admirar as diferenças, procuramos transparecer aquilo que
existe de comum entre todas as mulheres, o que nos une, a força que existe dentro de todas nós para vivermos e resistirmos em uma sociedade ainda desigual e machista. Nossa proposta era a
de realizar uma exposição fotográfica que tinha o objetivo de promover uma ruptura dos padrões estéticos impostos às mulheres, buscando ajuda-las na construção de autoestima e autoconfiança. Para isso, apoiamo-nos no caráter transformador e emancipador da arte, que
pode estimular pensamentos críticos sobre a realidade e, a partir daí, transforma-la.


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