Rogeane Oliveira e Antônia Oliveira

VIDEOPERFORMANCE GENEALOGIA

"As mulheres da minha família sofrem dores amargas em lugares distintos, ora choram baixinho, ora bradam com ódio. Do riso escandaloso, ao desconfortável silêncio, sigo as dicotomias da hereditariedade." O excerto que abri a videoperformance Genealogia faz parte de um texto escrito em 2017, sobre o seguinte pretexto, 'Fale sobre mulheres', e eu que constantemente as busco em minha pesquisa poético/artística me vi em dúvida sobre quais mulheres falar. Para que ponto direcionar minha escrita, para as mulheres artistas que impulsionaram o meu Trabalho de Conclusão de Curso-TCC? Para as personagens femininas das inúmeras histórias que li e escrevi? Ou para as minhas mulheres? Aquelas cuja hereditariedade me trouxe até aqui. A última opção se demonstrou mais urgente. 'Genealogia' para além da escrita fala da relação que tenho com a matriarca da minha família, Dona Antônia, minha avó/mãe. Avó pela ordem que ocupa dentro da estrutura familiar e mãe, por ter me criado e ajudado a me constituir enquanto pessoa. Nossa casa, na periferia de Pacatuba-CE foi o espaço usado na construção da obra que versa sobre política, mas também sobre afeto, sendo esses atravessamentos e enlaces que alimentam minha produção artística. Habitamos um território místico, eu e ela sentimos as mesmas coisas de formas distintas. Somos acúmulos. Ela acumula as almas e memórias antecessoras a ela, eu acumulo as dela até mim. Nossos acúmulos se assemelham ao acumulo de outras mulheres, dialogam, mas habitam diferentes corpos.


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