Rosie Ames

1959...1989...2019. VIVENDO, SOBREVIVENDO E MAL VENDO, pintura
1959...1989...2019. VIVENDO, SOBREVIVENDO E MAL VENDO, pintura

Foz do Iguaçu-PR

Tentamos representar algumas etapas da vida do ser humano: A beleza, realidade e velhice.

Maria Preta
Ano passado foi aniversário de 80 anos de Maria Preta. Mulher forte, querida e inteligente. Reuniu multidões na comemoração. Demostrava feliz, contudo nunca realizou o sonho de ser médica. Ouvimos duas jovens murmurando.
-Maria é nossa conselheira e curandeira, mas podia ter estudado né? -Ouvi a jovem Anastácia dizer.
-Foi abandonada grávida pelo noivo no fim dos anos 50. Com 20 anos ralou para cuidar do filho sozinha. Depois casou, mais filhos, marido humilde e trabalhador. Época de raras universidades. Mal dava para comer e vestir. -Questionou Isaura.
-Tem razão, tem razão! Dizia não ter tido tempo para continuar estudos. Imagina competir com o filho do fazendeiro, seu ex-patrão? Estudantes concurseiros, ótimos cursinhos, tempo de sobra, sem preocupações e uma governanta até para servir água?! Oportunidades iguais e condições distintas! Mesmo que passasse não teria como estudar e se manter. -Reavaliou Anastácia.
-Hipócritas falam em meritocracia! Mesmo hoje, as más condições são barreiras quase intransponíveis. Histórias como Maria Preta se repetindo! -Finalizou Isaura.
Continuamos ouvindo e olhei para trás; observei-as. Infelizmente eram mais duas entre milhões: lindas na juventude, calejadas na maturidade e de grande sabedoria popular na velhice

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