Sabrina Terra

RE CONHECIMENTO

Reconhecimento é um re-olhar para meu processo criativo, para o trabalho que venho desenvolvendo com ervas daninhas. Penso-me como erva daninha, como aquela que precisa reivindicar meus espaços e me fixar neles, aquela que teve sua natureza negada, sua fala negada, sua história negada. A instalação consiste em uma estrutura que simula um galho de árvore suspenso na parede, abaixo dele três cartões com colagens de plantas consideradas daninhas, cada um contendo uma pergunta bordada com linha preta: Quem sou? Onde é meu lugar? O que é ser daninha? As linhas dos bordados saem dos cartões e se estendem até o chão, onde desenham raízes e as respostas para as três perguntas (respectivamente): Quem eu quiser ser; Onde eu quiser; Resistir.

A instalação se constrói com perguntas e respostas que repensam
a classificação de erva daninha. O conceito foi investigado inicialmente
com as pequenas plantas e ampliado para pensar normativas sociais, em especial o quanto ser mulher negra é se perceber também daninha, tendo que retomar espaços e se fixar onde sutilmente não te querem. Na instalação os cartões com colagens são acrescidos de
perguntas bordadas. O fio de cada pergunta segue para o chão,
desenhando as respostas e se enraizando pelo espaço.

DETALHE DO CHÃO

Pelo chão as respostas crescem e se enraízam:
Quem eu sou? - Quem eu decidir ser
Onde é meu lugar? - Onde eu quiser
O que é ser daninha? - Resistir