Wà Coletivo

Série Wà Coração

A Série Wà Coração é composta por 6 obras instaladas no espaço público em cidades de Portugal e do Brasil desde o final de 2018. É realizada em parceria/convite com outros artistas, cada convidado colabora a partir de sua linguagem plástica. A ideia é que cada colaborador crie uma representação do universo feminino, do mundo plural das mulheres no suporte bidimensional do desenho. Cada proposta é trabalhada para ser executada em papel destinado ao lambe-lambe. O trabalho/desenho do artista é somado ao trabalho do Coletivo, que cria e borda o coração para ser afixado/cravado em cada personagem. Com esse gesto/soma se misturam e completam as imagens de mulheres múltiplas e diversas, na busca de representar a nossa realidade.

Os corações bordados, são pautados pelo tempo lento, do construir fazendo, próprio do labor artesanal. Quando exposta no espaço público, sem qualquer tipo de vigilância ou fiscalização, a obra está exposta à interação do público, sujeita ao olhar e a ação do outro. Assim, também é marcada pela transitoriedade e efemeridade. A interação do público pode ser percebida como cocriação. O que permanece é a imagem congelada em uma fotografia.

O Wà Coletivo nasceu em setembro de 2018 na ocasião de uma Oficina Criativa de Bordado Urbano na cidade do Crato, no Cariri cearense, Brasil. A palavra "Wà" significa "caminhar" na língua indígena Kariri. Formado por mulheres diversas que caminham juntas, ressignificando e levando a prática das técnicas artesanais do espaço doméstico e íntimo para as ruas, ampliando as possibilidades de se fazer arte urbana em um universo protagonizado pelas tintas e pelo masculino. Propõe outros rumos para tais técnicas na contemporaneidade, para que sejam insubmissas e transgressoras, para que se misturem ao discurso engajado politicamente e sejam compreendidas como arte contemporânea no espaço público, em grades, em muros,
em prédios abandonados, dividindo espaço com outras expressões como grafites, pinturas e pichações. Nessa perspectiva segue comunicando de onde vieram e também tratando de temas universais como o feminismo, a paz, o amor. Busca também estabelecer outras conexões criativas em diálogos externos exercitando outras formas de
coletividades através da realização de oficinas e trabalhos colaborativos. Realiza um trabalho artístico múltiplo e interdisciplinar, se debruçando sobre temáticas políticas, sociais, ideológicas. Segue no sentido oposto às categorias clássicas da arte, explorando outras formas do fazer, mobilizando e mixando linguagens e suportes
não convencionais para as técnicas manuais tradicionais tidas como femininas e domésticas na sua origem. Estabelece o seu trabalho principalmente em espaços públicos, fora dos museus e galerias. Busca interferir na paisagem urbana comunicando em locais tidos como feios e abandonados da cidade para convidar o passante a contemplar e refletir.


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